Autoexclusão vs. Pausa Temporária: Para que Servem?
O jogo online em Portugal está sujeito a rigorosa regulamentação, promovendo práticas de jogo responsável e proteção dos jogadores. Entre as ferramentas disponíveis destacam-se a autoexclusão e a pausa temporária, mecanismos que permitem ao utilizador controlar o seu comportamento de jogo. Neste artigo explico-te a diferença entre ambas e como as usares para jogares com maior segurança.
O que é a autoexclusão?
A autoexclusão consiste numa medida voluntária e formal que impede o acesso a plataformas de jogo online licenciadas em Portugal por um período determinado ou de forma definitiva. Esta funcionalidade está prevista pela legislação nacional e pode ser ativada diretamente junto dos operadores ou através do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ).
Esta medida destina-se a proteger jogadores em situação de risco ou com sinais de comportamento problemático, dificultando o acesso ao jogo durante o período escolhido. Está disponível em todos os operadores licenciados e aplica-se a todo o ecossistema de jogo online legal em Portugal. Mais, ninguém a vai ativar por ti: o teu
O que é a pausa temporária?
A pausa temporária, também designada por “período de descanso”, permite ao jogador suspender voluntariamente o acesso à sua conta de jogo por um período mais curto. Ao contrário da autoexclusão, a pausa temporária é geralmente aplicada apenas no operador onde foi solicitada e pode durar de alguns dias a semanas.
Esta opção é adequada para jogadores que pretendem afastar-se temporariamente do jogo sem recorrer a medidas mais restritivas. Após o término do período definido, o acesso à conta é automaticamente reativado, sem necessidade de formalidades adicionais.
Autoexclusão ou pausa temporária: qual escolher?
A escolha entre autoexclusão e pausa temporária depende do nível de preocupação com o comportamento de jogo e do objetivo pretendido. Para situações pontuais ou necessidade de controlo breve, a pausa temporária pode ser suficiente. Já para problemas recorrentes ou sinais de dependência, a autoexclusão revela-se a solução mais eficaz.
Deixo-te uma comparação clara entre ambas as opções:
- Duração: Pausa temporária varia entre 24 horas e 30 dias. Autoexclusão pode durar 3 meses, 6 meses, 1 ano ou tempo indeterminado.
- Âmbito: Pausa temporária aplica-se apenas à conta específica do operador. Autoexclusão afeta todos os operadores licenciados em Portugal.
- Objetivo: Pausa temporária serve para controlo pontual do jogo. Autoexclusão protege o jogador em caso de risco ou dependência.
- Reversibilidade: Na pausa temporária, o acesso é reativado automaticamente após o prazo. Na autoexclusão, é necessário aguardar o término do período ou solicitar formalmente o levantamento da restrição, quando aplicável.
Importa salientar que a decisão deve ser ponderada e baseada numa avaliação honesta do teu comportamento de jogo. Em caso de dúvida, deve considerar-se o aconselhamento de entidades especializadas.
Quando recorrer a cada opção?
A pausa temporária é recomendada em situações como sentir frustração após uma série de perdas, identificar excesso de tempo dedicado ao jogo ou existir necessidade de foco em outras áreas pessoais ou profissionais. Esta medida visa prevenir comportamentos impulsivos sem recorrer a restrições prolongadas.
Já a autoexclusão deve ser considerada quando existem sinais de perda de controlo no jogo, o jogo começa a ter impacto negativo nas finanças ou relações pessoais, ou quando o jogador sente dificuldade em interromper o jogo voluntariamente. É uma opção robusta, indicada para proteger a saúde financeira e emocional do jogador.
Continuam a existir riscos reais, nomeadamente por via dos sites de casino ilegais que ignoram por completo as leis (e medidas impostas) em Portugal. Se te encontrares em qualquer uma destas situações, a minha recomendação é clara: procura aconselhamento imediato nas entidades apropriadas e não deixes o problema tomar conta de ti.
Quem pode ajudar os jogadores que sentem problemas com o jogo?
Em Portugal, os jogadores que enfrentam dificuldades relacionadas com o jogo têm à disposição um conjunto de entidades e profissionais especializados, que prestam apoio de forma confidencial e gratuita ou a preços acessíveis. Conhecer estas instituições e os serviços que disponibilizam é fundamental para quem procura ajuda, seja para si próprio ou para um familiar.
Entidades que prestam apoio
Existem várias organizações, públicas e privadas, que se dedicam à prevenção, aconselhamento e tratamento dos comportamentos de jogo problemático:
- Instituto de Apoio ao Jogador (IAJ): Disponibiliza uma linha de apoio telefónica confidencial, consultas de psicologia e psicoterapia, programas de sensibilização e reencaminhamento para serviços clínicos adequados.
- Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ): Gere o sistema nacional de autoexclusão do jogo, promove campanhas de sensibilização e disponibiliza ferramentas de autoavaliação para identificar comportamentos de risco.
- ICAD – Instituto Para os Comportamentos Aditivos e as Dependências: O antigo SICAD coordena a rede nacional de respostas integradas ao nível das dependências, incluindo o jogo, com serviços de aconselhamento, tratamento e prevenção em todo o território.
- Linha Vida – Programa de Jogo Responsável: Um serviço de apoio telefónico que fornece informações e orientação a jogadores e famílias, promovendo o jogo responsável e alertando para os riscos do jogo excessivo.
- Centros de Respostas Integradas (CRIs): Estruturas de saúde pública com equipas multidisciplinares que garantem o acompanhamento psicológico, médico e social de pessoas com comportamentos de jogo problemático.
- Psicólogos e terapeutas especializados: Profissionais de saúde mental com formação em perturbações do jogo que realizam consultas de avaliação, intervenção terapêutica e acompanhamento individual ou em grupo.
- Grupos de apoio mútuo: Associações como os Jogadores Anónimos, que funcionam segundo um modelo de partilha de experiências e suporte entre pares, em reuniões regulares e confidenciais.
Como funcionam estas entidades
O funcionamento das entidades de apoio ao jogador segue uma lógica integrada e acessível, permitindo que cada pessoa, consoante as suas necessidades, encontre o tipo de apoio adequado:
- Aconselhamento inicial e informação: As linhas de apoio telefónico e os sites institucionais disponibilizam informação prática e aconselhamento gratuito, permitindo um primeiro contacto confidencial e sem compromisso.
- Ferramentas de controlo e autoexclusão: Através do SRIJ, é possível registar-se no sistema de autoexclusão, limitando o acesso a operadores de jogo físicos e online, uma medida importante para prevenir recaídas.
- Avaliação psicológica e tratamento especializado: Psicólogos, terapeutas e equipas dos CRIs realizam avaliações clínicas, definindo planos de intervenção personalizados que podem incluir terapia individual, terapia de grupo ou encaminhamento para estruturas de internamento, quando necessário.
- Apoio familiar e comunitário: Algumas entidades oferecem também apoio a familiares, com sessões de informação, aconselhamento e suporte psicológico, reconhecendo o impacto do problema no contexto familiar.
- Prevenção e educação: São promovidas campanhas de sensibilização e programas educativos sobre o jogo responsável, especialmente direcionados a jovens e grupos vulneráveis.
Passos recomendados para quem precisa de ajuda
Para os jogadores ou familiares que sentem que o jogo deixou de ser apenas um passatempo, os seguintes passos podem fazer a diferença:
- Contactar uma linha de apoio (IAJ ou Linha Vida) para obter aconselhamento inicial.
- Realizar uma autoavaliação online ou presencial para perceber o grau de risco.
- Considerar o registo no sistema de autoexclusão, como medida preventiva.
- Marcar consulta com um psicólogo ou procurar apoio junto dos CRIs.
- Participar em grupos de apoio mútuo, se sentir necessidade de partilha e suporte contínuo.
- Envolver familiares no processo, procurando apoio conjunto.
Como ativar estas medidas em Portugal?
Os melhores casinos online licenciados pelo SRIJ são obrigados a disponibilizar ferramentas de jogo responsável. Para ativar a pausa temporária ou a autoexclusão, o processo é simples:
- Acede à tua conta de jogo e procura a secção de “Jogo Responsável” ou “Autoexclusão”. Segue as instruções para ativar a medida desejada, selecionando o período adequado às tuas necessidades.
- Adicionalmente, através do portal do SRIJ é possível efetuar a autoexclusão de forma centralizada, abrangendo todos os operadores legais no território nacional, o que representa uma camada adicional de proteção.
Qualquer falha do operador em dar seguimento a estes pedidos pode ter consequências graves, levando a coimas ou até à suspensão da licença de jogo. Os teus direitos enquanto consumidor devem ser sempre salvaguardados pelas empresas de jogo legais em Portugal.
Conclusão: Usa os mecanismos existentes para jogar em segurança
Escolher entre autoexclusão e pausa temporária requer consciência sobre o próprio comportamento de jogo. Ambas as opções são legítimas e úteis, devendo ser usadas sem quaisquer complexos, ainda que sirvam cenários distintos. Em caso de dúvida, recomendo-te a consulta de especialistas ou de entidades como o SRIJ. Age sempre de forma preventiva, protegendo-te de potenciais riscos.
Autoexclusão e pausa temporária: O que são e para que servem?
A autoexclusão e a pausa temporária são ferramentas essenciais de jogo responsável em Portugal. A pausa temporária permite suspender o acesso a uma conta de jogo por um curto período, ideal para controlo pontual. Já a autoexclusão impede o acesso a todos os operadores licenciados, sendo indicada para situações de risco ou dependência. Escolher a opção certa depende do grau de preocupação e dos comportamentos de jogo identificados. Ambas promovem a proteção do jogador.