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Psicologia: Porque Continuas a Jogar Mesmo Depois de Perder?

Jaime Batista

Artigo por: Jaime Batista - Perito em casinos

Publicado em: 01/08/25

Psicologia: Porque Continuas a Jogar Mesmo Depois de Peder?

Muitos jogadores experienciam a sensação de querer continuar a jogar mesmo depois de perdas significativas. Esta situação, comum em casinos físicos e online, está profundamente relacionada com fatores emocionais e psicológicos. Compreender os mecanismos que sustentam este comportamento é fundamental para garantir um jogo responsável e consciente. Fica a conhecer os mecanismos psicológicos associados e como te protegeres ao jogar.

A psicologia do comportamento no jogo

O comportamento do jogador não depende apenas da aleatoriedade dos resultados, mas também de processos cognitivos e emocionais. O cérebro humano procura padrões, mesmo em situações onde o acaso domina, como nas slots ou a jogar roleta online.

Esta tendência leva o jogador a interpretar sequências de perdas como um sinal de que a vitória está próxima. É precisamente essa falsa perceção de controlo alimenta a persistência e pode potenciar comportamentos de risco.

Além disso, o ambiente envolvente dos casinos, físicos ou virtuais, é cuidadosamente desenhado para estimular o envolvimento. Sons, luzes, animações e efeitos sonoros reforçam sensações de vitória, mesmo em pequenas recompensas, levando o jogador a manter-se ativo.

O impacto emocional das perdas

Perder num jogo não afeta apenas o saldo financeiro, mas também o estado emocional do jogador. A frustração gerada pelas perdas, aliada ao desejo natural de compensar o que foi perdido, contribui para o fenómeno conhecido como “perseguição das perdas” ou “chasing losses”. Esta dinâmica emocional prejudica a tomada de decisões e pode levar a comportamentos compulsivos.

Estudos demonstram que, perante uma sequência de perdas, muitos jogadores sentem um aumento da ansiedade e uma diminuição do controlo racional. O impulso para recuperar rapidamente o dinheiro perdido substitui o planeamento ou a gestão de risco, resultando frequentemente em perdas ainda maiores.

Quando comecei a jogar, fui vítima deste fator em diversas ocasiões e, em particular, após ganhos substanciais. Quanto mais perdia, mais elevava a parada. Esse é um dos grandes erros que cometemos ao jogar e pior ainda: é comum à esmagadora maioria dos jogadores.

A ilusão de controlo e o otimismo irrealista

Outro fator psicológico relevante é a ilusão de controlo. Mesmo em jogos de puro acaso, como as slots de casino ou a roleta, o jogador pode sentir que possui alguma influência sobre o resultado. Pequenas escolhas, como o momento de carregar no botão ou selecionar uma determinada slot, criam uma falsa sensação de domínio.

Esta perceção, aliada ao otimismo irrealista, leva o jogador a acreditar que a vitória está iminente, o que reforça a decisão de continuar mesmo após perdas sucessivas. Esta crença distorcida é particularmente perigosa porque ignora as probabilidades e os mecanismos de aleatoriedade regulamentados que regem os jogos legais em Portugal.

Mecanismos dos jogos que reforçam a persistência

Os próprios jogos de fortuna ou azar, sobretudo no formato online, são concebidos com elementos que incentivam a continuidade. Entre os mecanismos mais eficazes destacam-se:

  • O efeito “quase ganho”, em que o jogador sente que esteve perto de ganhar. Criei um artigo recentemente acerca deste tópico, consulta-o para o conheceres melhor!
  • As animações e efeitos sonoros que celebram pequenas vitórias.
  • A presença de jackpots progressivos que alimentam a expectativa de grandes prémios.
  • Bónus e promoções que incentivam o regresso ao jogo.

Estes elementos, embora legais e comuns nos operadores licenciados, são altamente eficazes a nível psicológico e exigem que o jogador esteja consciente do seu impacto. Essa é a nossa missão no Fraudes.pt, onde eu e os meus colegas te ajudamos a jogar em segurança, com toda a informação que necessitas para fazer escolhas conscientes.

Estratégias para contrariar o impulso de continuar

Felizmente, existem estratégias simples e eficazes para evitar cair na armadilha de jogar compulsivamente após perdas. Estas práticas são recomendadas por especialistas e pelas entidades reguladoras do setor:

  • Definir um orçamento fixo para o jogo e nunca ultrapassá-lo.
  • Estabelecer limites de tempo e fazer pausas regulares.
  • Aceitar que as perdas fazem parte do jogo e não tentar recuperá-las imediatamente.
  • Evitar jogar sob influência de emoções fortes, como frustração ou euforia.
  • Utilizar ferramentas de autoexclusão ou limites automáticos disponibilizados pelos casinos licenciados.

Estas medidas não só ajudam a controlar o comportamento impulsivo, como também promovem uma experiência de jogo mais equilibrada e responsável. Mais, digo-te que não há vergonha em solicitares limites ou autoexclusão. O teu bem-estar deve ser sempre a prioridade!

Conclusão: Fica atento ao teu bem-estar emocional enquanto jogas

O facto de muitos jogadores continuarem a jogar mesmo depois de perderem não é fruto apenas de falta de controlo, mas resultado de fatores psicológicos complexos. A ilusão de controlo, o otimismo irrealista e a influência emocional das perdas são fenómenos bem documentados.

Reconhecer estes mecanismos e adotar práticas de jogo responsável são passos essenciais para garantir que o jogo permanece uma atividade de lazer, e não uma fonte de problemas. Em Portugal, o acesso a casinos licenciados, sujeitos a regras claras e ferramentas de proteção, contribui para um mercado de jogo online mais seguro e consciente.

Porque continuamos a jogar mesmo após perdermos?

Muitos jogadores continuam a jogar mesmo após perderem devido a fatores psicológicos como a ilusão de controlo, o otimismo irrealista e a frustração emocional. Estes mecanismos, aliados a elementos dos próprios jogos, incentivam a persistência no jogo. Reconhecer estas influências e adotar práticas de jogo responsável, como limites financeiros e pausas, é fundamental para evitar comportamentos impulsivos e garantir uma experiência de jogo equilibrada e consciente, conforme as regras em vigor em Portugal.